Mulher – Mãe O bem supremo do ser humano é a vida. É a partir da existência humana que todas as demais coisas se fazem o plano social, ganhando relevo e se tornando virtudes maiores quanto mais significativas forem as ações de sua proteção, de engrandecimento da vida. A medida do que é justo ou moral tem mesmo como fundamento os postulados de garantia de uma existência cada dia melhor da espécie humana, ponderando-se os condicionamentos de cada tempo, pondo-se em destaque as ideias que justificam ou formulam as caminhadas, as ações. A vida, pois, tem a ver com o fato de existir. A existência, por seu turno, somente pode celebrar a vida se criar significado. Um sentido universal que tem envolvido a existência do homem é a busca da alegria. Alegria que resulta dessa exaltação que faz a vida ser plena. Os arranjos sociais da política, da economia, da educação, das religiosidades, todos esses arranjos querem construir uma base que sustenta essa possibilidade de uma vida alegre: Vida que reúne as alegrias puras e com elas tece a harmoniosa trama dos dias, como expressou o poeta Carlos Drummond de Andrade (1902–1987). É nessa relação entre a vida e alegria de viver que comparece a figura da mulher. Em tradição, a mulher ganhou a honra de guardiã da vida, como a flor que gera a semente enquanto perfuma e cobre de cores os campos. Ela é berço de um novo ser que faz a vida eternizar-se, existir sempre. A mãe é portadora do galardão do amor, este sentimento que predispõe a alguém a desejar sempre o bem do outro. E nisso, a mulher é portadora da esperança que anima o viver, da alegria que possibilita o mundo humano continuar existindo: ela pode ser mãe. Maior missão que essa não há. Imagine as maiores realizações do pensamento intelectual, que faz a alma encantar-se! Imagine as construções, os melhores quadros, as mais belas poesias! Imagine mais. Deixe o pensamento em infinitos círculos, entre o sono e o sonho, voar... Querer! Querer! Nada disso é maior do que a missão materna de produzir a vida. A criança é o princípio que renova a vida em cada nascimento. A mulher é a graça, é a benevolência que permite a esperança da renovação da vida acontecer no mistério da reprodução. A mulher-mãe configura o belo, personifica a alegria ao possibilitar que a esperança de um mundo melhor aconteça a cada nascimento. Mãe, na sua graça, é eternidade. Por que Deus se lembra - mistério profundo - de tirá-la um dia? Carlos Drummond de Andrade. Antonio Pereira Sousa
Enviado por Antonio Pereira Sousa em 02/08/2018
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |