Antonio Pereira Sousa

"Aprendi novas palavras e tornei outras mais belas." (Carlos Drummond de Andrade)

Textos


Mulher – Mãe
 
O bem supremo do ser humano é a vida.
É a partir da existência humana que todas as demais coisas se fazem o plano social, ganhando relevo e se tornando virtudes maiores quanto mais significativas forem as ações de sua proteção, de engrandecimento  da vida.
A medida do que é justo ou moral tem mesmo como fundamento os postulados de garantia de uma existência cada dia melhor da espécie humana, ponderando-se os condicionamentos de cada tempo, pondo-se em destaque as ideias que justificam ou formulam as caminhadas, as ações.
A vida, pois, tem a ver com o fato de existir.
A existência, por seu turno, somente pode celebrar a vida se criar significado.
Um sentido universal que tem envolvido a existência do homem é a busca da alegria. Alegria que resulta dessa exaltação que faz a vida ser plena. Os arranjos sociais da política, da economia, da educação, das religiosidades, todos esses arranjos querem construir uma base que sustenta essa possibilidade de uma vida alegre: Vida que reúne as alegrias puras e com elas tece a harmoniosa trama dos dias, como expressou o poeta Carlos Drummond de Andrade (1902–1987).
É nessa relação entre a vida e alegria de viver que comparece a figura da mulher.
Em tradição, a mulher ganhou a honra de guardiã da vida, como a flor que gera a semente enquanto perfuma e cobre de cores os campos.
Ela é berço de um novo ser que faz a vida eternizar-se, existir sempre.
A mãe é portadora do galardão do amor, este sentimento que predispõe a alguém a desejar sempre o bem do outro.
E nisso, a mulher é portadora da esperança que anima o viver, da alegria que possibilita o mundo humano continuar existindo: ela pode ser mãe.
Maior missão que essa não há.
Imagine as maiores realizações do pensamento intelectual, que faz a alma encantar-se!
Imagine as construções, os melhores quadros, as mais belas poesias!
Imagine mais.
Deixe o pensamento em infinitos círculos, entre o sono e o sonho, voar...
Querer!
Querer!
Nada disso é maior do que a missão materna de produzir a vida.
A criança é o princípio que renova a vida em cada nascimento.
A mulher é a graça, é a benevolência que permite a esperança da renovação da vida acontecer no mistério da reprodução.
A mulher-mãe configura o belo, personifica a alegria ao possibilitar que a esperança de um mundo melhor aconteça a cada nascimento.
 
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Carlos Drummond de Andrade.
 
Antonio Pereira Sousa
Enviado por Antonio Pereira Sousa em 02/08/2018
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