O termo entusiasmo tem suas raízes em duas expressões latinas: IN, que é prefixo para dentro de, no interior de, e THEO, que significa Deus, divindade.
Entusiasmo seria, então, nessa consideração etimológica, Deus dentro.
Se reconhecemos que a ação entusiasmada detém uma centelha divina na alma daquele que age, o bem há de estar presente, e aí o engrandecimento acontece. Mas, o reverso existe, a intenção de produzir o mal, e aí acontece a destruição, o desamor, a intriga.
O homem pode ser portador dessa centelha divina que, no ato entusiasmado, faz surgir um mundo melhor. Essa potência de poder fazer um ambiente de alegria ou de manchá-lo de maldades existe nos indivíduos e no corpo social, e é sempre uma escolha de indivíduos ou é resultado de arquiteturas maldosas, como nos desequilíbrios produzidos nas gestões abusivas da Política e da Economia.
Na liberdade da escolha da ação entusiasmada, o resultado, de um lado, favorece uma vida de esplendor, de grandeza; do outro lado, a vida se apequena e se anula.
Nesse caso, a ideia é vivificar o entusiasmo positivo, deixar a centelha do bem dominar. E o que se tem de fazer para isso? Pouca coisa. Veja o que nos ensina o poeta português Fernando Pessoa (1888-1935):

“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena.”

Importa dizer, a ação cuidadosa deve começar olhando-se e protegendo-se a individualidade e permitir a expansão a familiares, a amigos, a vizinhos, a colegas e abrir-se ao mundo, tudo na medida das possibilidades individuais e na disciplina de parâmetros universais postos à consideração de nossa consciência e inteligência, como reflete a poetisa Clarice Lispector (1920-1977):

“Tenho meus limites. O primeiro deles é meu amor-próprio.”

E se tudo for feito com entusiasmo positivo, seja nas pequenas ou nas grandes ações, a vida alcança sublimidades, e a alegria estará sempre presente, mesmo nos momentos de provação, porque sabemos que a vida está testando a nossa capacidade de superação e exigindo fortaleza de ânimo.