"O homem é o dono de seu destino"
                                                                Maquiavel (1469 - 1527)

Nossa imaginação criadora pode inventar mundos possíveis e pode narrar mundos vividos, a partir de documentos produzidos no calor da existência social, localizados em tempos e espaços definidos. Estamos a pensar, vivendo sentimentos formados em campos opostos, lugares de dores ou de alegrias, de conquistas ou de derrotas.
Conduzidos que somos por anseios e emoções, caímos na área da Filosofia dos Sentimentos, por refletir sobre as ações dos homens no mundo, homens afetados, tocados, moldados por espaços e tempos definidos, homens afetando, tocando e moldando esses mesmos espaços e tempos. São sentimentos fluindo nesse encontro de interesses sensibilizados pelos embates de convivência neste universo infinito de ofertas e de possibilidades envolventes.
Responder e atender a esse mundo de desejos e de significações, de complexidades diversas, impõe cuidados. É nesse sentido que, na construção do homem, não há uma direção predeterminada, embora o seu destino seja uma de suas responsabilidades. Desconsiderando transcendências religiosas, que fala de um outro mundo fora da vida terrena, nossa morada é o mundo, mundo insensível, indefinido, implacável, incondicional, atemporal.
Cabe ao homem fazer os arranjos para viver. O homem pensa, cria, inventa, modifica, transforma e se constrói como sentimento, num tempo determinado, sensível, condicionado, relativo. É o tempo da alma ou da consciência. Tempo heterogêneo, instável, mas finito como o próprio ser que lhe reconhece, o ser humano.
Vivemos sempre dois mundos. Um mundo físico e um mundo dos sentimentos.
No mundo físico, convivemos com forças determinantes, que nos impõe modos de ser e influenciam em nossa vontade. É uma força cega mandando em nós, para além de nossos sentidos e independente de nossa consciência.
No mundo dos sentimentos, podemos ser donos de nossas ações, de nossos relacionamentos, o que nos possibilita momentos previsíveis a garantir o controle de nossos desejos, dos conteúdos de nossa alma, das essências de nosso mundo humano: é a vida pensada.