Antonio Pereira Sousa

"Aprendi novas palavras e tornei outras mais belas." (Carlos Drummond de Andrade)

Textos

Fraternidade
Somos cidadãos do mundo. Habitamos o espaço com outras pessoas, vivemos o tempo com outros agentes.
Não estamos sós. Não podemos viver sozinhos. Não há como viver sem conviver. Compartilhamos nossa vida, nossos projetos e nossas esperanças com nossos familiares, amigos, colegas. Viver é conviver.
Para fazer bem a nossa caminhada, é preciso sondar a História, saber separar o falso, do verdadeiro; o real, do imaginário; aquilo que promove alegrias e o que agencia tristezas, tudo nos limites de nossas possibilidades de conhecer.
Independentemente de crenças pessoais, um bom modo de conviver é saber auscultar com atenção e argúcia a sinalização de boa-fé vinda do outro:

Vós sois todos irmãos – Mt-23,8.
Na Campanha da Fraternidade 2018, da Igreja Católica, o pedido que é divulgado é o de se evitar, com todo esforço, a violência e se buscar, permanentemente, uma cultura da paz. Como fazer isso, independentemente de crenças e laços religiosos?
Basta exercitar o cuidado com o outro em todo e qualquer lugar onde se vive: no lar, na vizinhança, no trabalho, nos lugares de lazer, na vida afora, por fim. As dezenas de documentos internacionais, a estimularem a cultura da paz, não têm sido suficientes, a começar pela Carta das Nações Unidas, de 1945.
Há algo de errado com a sociedade humana? Viver é mesmo uma luta ensandecida? Olhando em torno, parece ainda dominante o “estado de natureza”, de guerra generalizada de todos contra todos, como pensado pelo filósofo inglês Thomaz Hobbes (1588-1679).
O processo civilizatório, que conduziria o homem a ordem e a estabilidade social, ainda não alcançou os efeitos pretendidos por tantas e tantas teorias, nem atendeu aos reclamos dos sonhos de Nelson Mandela (1918-2013), que foi presidente da África do Sul: “Sonho com o dia em que todos levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos.”
No entanto, o sonho de Mandela ainda vive no riso inocente de cada criancinha que nasce e nas vozes e atos de tantos entusiastas que buscam viverem como irmãos.
Antonio Pereira Sousa
Enviado por Antonio Pereira Sousa em 16/04/2020
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